terça-feira, janeiro 04, 2005

Talvez um dia...

Talvez um dia nós nos encontremos na rua e eu aceite a sua mão estendida e seu abraço caloroso.
Talvez eu consiga colar meu peito no seu e me sentir bem e realmente ficar feliz em abraçar você.
Talvez possamos falar de amenidades, um atrapalhando a fala do outro, choro e risadas nervosas se misturando e nenhum mal-estar, nenhuma estranheza nos tolha.
Talvez você pergunte dos meus pais e eu dos seus, fofoquemos sobre nossas famílias e , então, talvez você me mostre a foto do seu filho e eu comente que ele é lindo.
Talvez, talvez, nos sentemos naquele boteco e possamos rir das nossas trepadas, e relembremos os velhos-bons-tempos-que-não-voltam-mais.
Talvez eu chore um pouco de saudades daquela época e relembre o nome de todo mundo da turma, e possamos listar quem criou barriga, quem tem emprego público, quem come a cunhada, quem embichou.
Talvez possamos rir às custas daquela ridícula professora de biologia. Talvez só as boas recordações me assaltem. Pode ser que, então, eu já tenha esquecido as dores, que as mágoas sejam só lembranças e que seu rosto não me assombre mais.
Talvez eu já não chore mais debaixo do chuveiro.
Talvez eu passe a mão pelo seu rosto e meus olhos sorriam e nós possamos nos despedir prometendo contato, trocando e-mails e jurando encontros familiares em breve.
Talvez, algum dia.

Hoje, não. Hoje, eu quero que você vá pra puta que o pariu.
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Como eu não escreto nem 10% do que este pessoal escreve, eu dou Ctrl+C - Ctrl+V neles.