quinta-feira, junho 30, 2005

Na guerra tudo vale, menos morrer

A estratégia de Roberto Jefferson me faz fazer algumas conjecturas sobre a guerra...

Um soldado normal é um cidadão comum, tem família, posses e alguma razão para voltar para casa. O soldado normal luta pelo seu reino na terra, luta para poder voltar a viver em paz.
Soldados não regulares, terroristas, por exemplo, não temem a nada. Ele,s não só, não temem a morte, como eventualmente a desejam.

Um soldado que tem o que perder lutando contra um que não tem nada a perder leva a desvantagem do downsizing. A perda do primeiro é muito maior do que a do oponente, e o ganho é similar.
Em uma luta corporal contra alguém que não tem medo de nada ou não tem mais nada a perder pode até ser vencida, mas não sem estragos que podem vir a ser, eventualmente, fatais.

Roberto Jefferson ao se ver cercado de todos os lados adotou a estratégia do terrorista: eu vou, mas você vai comigo.Para vencer um inimigo como este só não tendo o que temer... Em Brasília vai ser difícil achar um político sem não ter o que temer.

Mérito a quem merece

Eu não posso dizer que o Bob Jeff é um exemplo de político no sentido moral da palavra.
Mas para quem até um mês atrás estava na lama até o pescoço e sendo fritado pelo próprio partido, Roberto Jefferson está até muito bem.

A guinada que o sujeito deu no rumo dos fatos foi incrível... levou todo mundo junto com ele e por alguma razão incrível mantêm-se acima dos que levou para o buraco.
Assisti parcialmente ao depoimento dele na Globonews. É impressionante a forma como ele ataca na maior sencerimônia qualquer um que chega perto dele.

Da série “Textos que eu gostaria de ter escrito”

Ninguém gosta muito dos Wunderbloggers porque eles fazem o estilo meio “todo todo”, enfim... demi babaquinhas.

Mas mesmo assim o ASS e mais uns dois ou três eventualmente arrebentam nos seus textos.Mandou bem demais no “E eu nunca terminei aquele livro de Schopenhauer, swear to God”, muito inteligente.

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

E agora respingou na Dilma

Agora é a companheira Dalva,
Mas enfim... se ela foi torturada ela deve ter razão

No dia em que vai depor na CPI, mais uma bomba deJefferson: "Furnas desvia R$ 3 milhões por mês para oPT, e Dirceu apóia"; estatal estava subordinada a Dilma 2h55

- O baú do deputado Roberto Jefferson, pelo visto, tem mais segredos e surpresas do que o de Fernando Pessoa. A diferença é que o do poeta português revelava maravilhas ao mundo; o de Jefferson, só horrores. Nesta quinta, dia em que vai depor na CPI dos Correios, a manchete da Folha de S. Paulo, assinada pela jornalista Renata Lo Prete, que fez com ele as duas entrevistas-bomba, é a seguinte: "Furnas faz caixa para o PT, diz Jefferson". A acusação é pesada. Segundo o deputado, a empresa desvia R$ 3 milhões por mês para o PT. Não custa lembrar: a estatal estava subordinada à ministra Dilma Rousseff, então nas Minas e Energia e agora na Casa Civil. Jefferson elogiou a sua nomeação. O agora não mais ministro José Dirceu, antecessor de Dilma, sabia tudo, ele assegura.

O livro do Biajoni

Li o “Sexo Anal”, livro escrito por Luís Biajoni, mais um dos grandes blogueiros deste mundão velho sem porteira.

Como eu disse, estive na CNBB (Conferência Nacional do Blogueiros do Brasil), em Vila Madalena, São Paulo, com aquele povão que perde as suas noites escrevendo em blogs. Um dos que estavam lá era o aclamado Biajoni que me presenteou com o seu belo livro.

O presente veio em boa hora, estava indo para um curso de uma semana em Campinas sobre operações de tesouraria bancária e não tinha levado nenhum livro comigo.
Pena que o “Sexo Anal” acabou na segunda-feira. O livro é uma bela diversão.

Parabéns Biajoni.
O final é sublime

quarta-feira, junho 29, 2005

O óbvio ululante

É óbvio que a redução da taxa de juros, pela via da virtude e não do vício, passa pela redução de gastos do governo e o aumento do superávit primário.
É óbvio também que o governo irá, no ano que vem, abrir a torneirinha para melhorar as suas chances de reeleição. Ainda mais agora sem o FMI para passar carão.

12:46 PFL AVALIA LDO E DIZ QUE GOVERNO AUMENTARÁ GASTOS EM 2006

Brasília, 29 - Parlamentares do PFL na Câmara divulgaram hoje análise técnica do parecer do deputado Gilmar Machado (PT-MG) sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2006 afirmando que, como está o texto, não haverá a limitação de gastos propostas pelo governo no projeto original.

O governo estabeleceu que suas despesas serão limitadas a 17% do Produto Interno Bruto (PIB), a partir do ano que vem. O documento do PFL afirma que, ao excluir determinadas despesas deste limite, o governo acabará ampliando os gastos. "As despesas com a Lei Kandir, o FGTS e despesas obrigatórias foram excluídas da base de cálculo", aponta o estudo. "Portanto o limite será facilmente ultrapassado na fase de execução do Orçamento".

O limite de gastos, determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi uma reação ao discurso da oposição de que o governo poderia aumentar suas despesas em 2006 em função da campanha eleitoral.
A redução de gastos pela máquina pública está sendo apontada pelo empresariado como uma forma de combater a inflação sem manter a taxa de juros do Banco Central nos atuais níveis. (James Allen)
É óbvio que o PFL vai chiar sobre a LDO, o PFL é a oposição. Mas isto é óbvio.

Caixa dois une mensalão a caso Celso Daniel, diz Jefferson 4h35 -

Saiu no Primeira Leitura - o neocon brazuca


Em entrevista à rádio Solar AM, de Juiz de Fora, que foi ao ar anteontem, Jefferson relacionou como eventos de uma mesma estrutura de caixa dois do PT o escândalo dos bingos, dos Correios, do mensalão "e o assassinato do prefeito Celso Daniel", de Santo André. Instado a apresentar detalhes, disse que falaria a respeito em seu depoimento de amanhã à CPI. Daniel foi seqüestrado e morto em janeiro de 2002. Depois dele, seis outras pessoas relacionadas ao caso foram assassinadas. A família rejeita a tese de crime comum. O caso foi reaberto a pedido do Ministério Público. Sérgio Sombra, amigo de Daniel e ligado a petistas de Santo André, é acusado pelo MP de ser o mandante do assassinato. Ele integraria um esquema de desvio de recursos na cidade, parte deles para financiar campanha política de petistas.

Companheira Dalva, ex-comissária do povo para minas e energia

Trabalho no setor elétrico, então me sinto um pouco mais confortável para criticar a postura da companheira Dalva no cargo de ministra.

Para quem observa as primeiras linhas do novo modelo para o setor elétrico, elaborado parcialmente pela administração de nossa companheira de armas, vê que a coisa começa errado na essência.
O objetivo da regulação, ao contrário do que reza o bom senso, não é tolher a má concorrência e práticas anti-mercado mas sim a MODICIDADE TARIFÁRIA.

Deixe-me traduzir o que é modicidade tarifária.
A coisa é simples: basicamente não importa o que acontecer, não importa o quanto chova e pra quanto descambe o preço do petróleo... o consumidor não deverá sentir estas flutuações, ou pelo menos deve ser amortecido das maiores delas.

Na verdade o que acontece é que o consumidor é poupado por um lado e esfaqueado do outro. Um belo exemplo é do apagão. Em que em uma crise de solvência do sistema recém-privatizado (diga-se de passagem, privatizado na porrada) o BNDES entrou garantindo tudo com jurinhos camarada adoçados pelo nosso bolso, naturalmente.

O que ocorre hoje no setor elétrico é uma tendência clara a reestatização “parda” (eu adoro este termo). Ou seja, tudo bem que não fica bonito (pelo menos agora) reestatizar tudo no pau. O modelo está rodando decentemente e o governo não teria condições de gerir o sistema todo de novo. Mas o novo modelo, claramente, está em parte inviabilizando a rentabilidade dos investidores que já entraram. Dessa forma, em alguns anos os que não aumentarem sua exposição no Brasil (não investirem para tentar recuperar as perdas) estarão saindo da região e entregando as suas concessões.

A patuléia gosta de falar que as empresas não investem no setor, que só querem ganhar e ir embora com o dinheiro. Mas qual é o gringo bípede que entraria com dinheiro novo em um setor em que não há uma regulamentação clara, em que os contratos são desrespeitados em nome dos mais variados interesses (os exemplos práticos estão aí pra quem quiser ver), nem sempre os mais cristãos, e que o risco político e regulatório (inclusive externo pela interconexão com outros países da AL) é uma realidade que bate a porta constantemente.

Novamente a esquerda em nome dos mais sublimes objetivos chega nos mais terríveis resultados.
PS: O próximo apagão está próximo. Se nós continuarmos crescendo a 3,5% aa vamos chegar no apagão antes de 2008.

terça-feira, junho 28, 2005

Frederic Bastiat

The law has been perverted by the influence of two entirely different causes: stupid greed and false philanthropy.

segunda-feira, junho 27, 2005

Dilma e o "martiriológio" esquerdista: e se fosse ao contrário?

Só para pensar um pouquinho. O "martiriológio" esquerdista ainda está em alta.
É incrível como o passado guerrilheiro de Dilma Rousseff lhe rende admiração presente.
A mulher se tornou um prodígio de mídia. Ok. Imaginem se tivesse sido, sei lá, uma militante fascista, que tivesse pegado em armas para instaurar uma ditadura de extrema direita no Brasil. Evidentemente, estaria na boca do sapo. O que seria, ademais, justo. Como queria, no Brasil, uma "democracia", sabe-se lá, à moda da de Mao Tse Tung na China ou da de Pol Pot no Camboja, todos estão muito encantados com ela. Dizem que é durona e competente. Até agora, no setor elétrico, não fez menos confusão do que os demais petistas em outras áreas (* só fez *$%erda). Tomara que resolva a barafunda na Casa Civil.
Mas o encantamento basbaque com seu passado em favor de uma ditadura comunista é indecente. Ora, é claro: quem a torturou, por mim, estaria na cadeia ainda hoje. Mas também quem matou "em nome de um sonho". Não tenho nada a ver com os pesadelos que essa gente quis e ainda quer ver realizados no Brasil - Reinaldo Azevedo

CNBB (Conferencia Nacional do Blogueiros do Brasil)

Fui ao encontro dos Blogueiros em Sampa.

Pessoal muito interessante com muito a dizer.

Não vou citar os presentes, mas valeu a viagem.
Abraço pessoal.
PS: confesso que blogueiro é um bicho estranho

Dois intelectuais petistas metidos no mar de lama teórico

Comentários de uma das poucas publicações interessantes que restam...

Sader é um caso especialmente engraçado. Até quando Lula flanava na quase unanimidade da mídia, ele era um crítico implacável do governo.
Explica-se: os ditos radicais de esquerda gostam de governos moderadamente de esquerda que lhes garantam caraminguás para manter a radicalidade da teoria. É só o vento virar, como virou, e aí a ética do martírio coletivo — "somos todos de esquerda" — ressurge.
Aí, na cachola perturbada dessa gente, surge a conclamação para a união "contra a direita". Está tudo explicadinho.
Imaginem só: no dia em que Sader não tiver mais utopias baratas para vender a seu público, terá de ser reconhecido apenas por sua sociologia, apenas pelo núcleo, digamos, teórico, técnico, de sua ciência. E vai sobrar o quê? Qual foi mesmo a sua grande contribuição ao pensamento brasileiro até aqui além da denúncia dos complôs da direita e do neoliberalismo? E Wanderley Guilherme dos Santos? Nada! Goza alguns minutos de fama ao difamar a teoria política, com a anuência de alguns menos letrados do que ele, que lhe dão bola.